Morreu na última terça-feira (2) a mulher baleada por engano durante uma perseguição policial em Gravataí, na Região Metropolitana. A moradora de Cachoeirinha, Dorildes Laurindo de 56 anos, estava em um carro de aplicativo que era dirigido por um foragido. Ela e o angolano, Gilberto Almeida, voltavam de Tramandaí em 17 de maio.
O Hospital Dom João Becker confirmou que Dorildes teve morte encefálica. Ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva da instituição em estado gravíssimo.
Gilberto chegou a ser levado para a Penitenciária de Canoas, onde ficou por mais de uma semana. Ele já deixou o Complexo Prisional.
Entenda o caso
Conforme a Polícia Civil, Gilberto veio de Anápolis e estava com uma moradora de Cachoeirinha em um veículo de aplicativo. O casso foi interceptado por uma viatura da Brigada Militar (BM). O veículo era dirigido por um motorista de aplicativo foragido da Justiça por tentativa de feminicídio. O casal acabou baleado. O argumento dos policiais na oportunidade foi que ele havia atirado contra a viatura durante a perseguição.
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A perseguição começou em Cachoeirinha, onde o veículo dirigido por Luiz Carlos Pail Junior furou um sinal vermelho. Somente em Gravataí, já sendo perseguidos por policiais daquela cidade, é que o motorista parou. Ele desceu do carro e correu. O casal ficou junto ao veículo e foi baleado — cada um recebeu ao menos três tiros. Luiz Carlos tentou escapar a pé, mas foi capturado.
O foragido não quis falar e o delegado plantonista, com base no relato dos policiais militares, fez auto de prisão em flagrante contra ele e contra o angolano por tentativa de homicídio dos PMs.
Porém, ao serem ouvidos novamente, os policiais afirmaram que Luiz Carlos havia atirado ao descer do Palio Weekend. Quanto a Gilberto, não souberam informar se ele realmente empunhava uma arma. Conforme a ocorrência, apenas um revólver foi apreendido no local. Os investigadores da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí, concluíram que Gilberto não tinha arma e não revidou à abordagem. A decisão foi recebida no 17° BPM que informou ter afastado os policiais para investigar o ocorrido.
Foragido indiciado
De acordo com o delegado Amaral, a investigação já foi concluída. O motorista do carro foi indiciado. “A conclusão do inquérito é que ele reagiu à abordagem. Foi indiciado pela tentativa de homicídio qualificado contra os policiais, entre outros crimes que praticou durante a fuga, e também por falsa identidade, já que usava nome falso para cadastro no aplicativo de corridas”, diz.
Nota da BlaBlaCar
A BlaBlaCar, líder nacional em viagens de longa distância por meio de caronas compartilhadas, lamenta profundamente o ocorrido e reforça o compromisso com a criação de um ambiente de viagem seguro e confiável para os mais de 5 milhões de usuários da plataforma no País.
A empresa ressalta que a viagem realizada pelo casal Dorildes Laurindo e Gilberto Andrade com a ocorrência de confronto com a polícia e o incidente com tiroteio não ocorreu por meio da utilização da plataforma.
A companhia informa ainda que é uma comunidade de confiança que conecta quem procura uma viagem com quem tem espaço livre no carro. Funcionalidades como verificação de foto, e-mail, telefone e avaliações permitem que os condutores e passageiros escolham com quem vão viajar antes da viagem.
Por não ser um serviço de cunho comercial, não existe a obrigatoriedade de verificação da documentação.
No referido caso, o condutor Luiz Carlos Pail Junior optou por oferecer a carona sem cadastrar seus documentos, informação que fica disponível em seu perfil dentro do aplicativo, visível a todos que acessam a plataforma.
A BlaBlaCar preza pela segurança de seus usuários e reitera que se encontra à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.