Guedes defende aumento do teto do salário do funcionalismo público

Segundo o Ministro, isso atrapalha a meritocracia

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o aumento do teto salarial do funcionalismo público com intuito de valorizar a “meritocracia” e, assim, tentar preservar bons servidores, nesta quarta-feira. Por lei, nenhum salário do funcionalismo pode ser superior do que dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que atualmente é de R$ 39,2 mil.

O intuito dessa reforma é, segundo a equipe econômica, é transformar a máquina pública, modernizando-a, transformando o setor, assim, mais eficiente. O texto, que foi enviado na última semana ao Congresso, não sugere mudança no teto salarial. Para Guedes, essa é uma medida que deve ser tomada no futuro. “Nós deveríamos ser mais meritocráticos nisso. A Presidência da República, o Supremo tem que receber muito mais do que recebem hoje pela responsabilidade do cargo, pelo peso das atribuições, pelo mérito em si para poder chegar em uma posição dessas”, argumentou o ministro em debate virtual sobre a reforma administrativa, realizado por uma instituição de ensino superior de Brasília.

Para o Ministro é um “absurdo” que os salários da “alta administração” do Brasil, pois, para ele, são “muito baixos”, o que faz com que a iniciativa privada tire os servidores públicos do serviço. “Eu acho um absurdo os salários da alta administração brasileira, acho que são muito baixos. Muita gente preocupada com o teto, a minha preocupação é ao contrário. Para preservar pessoas de qualidade no serviço público, como tenho visto aqui em Brasília”, afirmou Paulo Guedes.

Segundo o ministro, a diferença dos salários de quem recém iniciou o serviço e os que já estão no ápice é muito baixa, o que acaba, de acordo com Guedes, interfere na meritocracia. Guedes chama esse sistema de pagamentos como “quase socialista”. “Tem que haver uma enorme diferença de salários, sim, na administração pública brasileira. Quantos chegam ao Supremo Tribunal Federal? Quantos chegam ao TCU? É uma distribuição quase socialista. A dispersão de salário entre um salário do Supremo e recém egresso na carreira do Judiciário é ridiculamente baixa. Não pode haver essa dispersão tão baixa. Isso é uma negação de toda meritocracia que existe ao longo dessa carreira”, afirmou.

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