Traficantes de Canoas compravam dívidas para colocar terror e ameaçar vítimas

Dívidas de R$ 30 mil viraram contas de R$ 250 mil na mão de traficantes

Integrantes de uma facção criminosa foram alvos da Operação Outback deflagrada na manhã desta quarta-feira (24) em Canoas. De acordo com a investigação, eles compravam dívidas para, da maneira deles, cobrar devedor.

Em setembro de 2020 algumas vítimas denunciaram o caso para a Polícia Civil. Provas entregues aos investigadores da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas, mostraram mensagens de áudio, texto e chamadas telefônicas feitas através do WhatsApp. Nelas, criminosos exigiam valores altíssimos de pessoas justificando terem comprado as dívidas.

Os bandidos usam nomes das lideranças da facção para exercer pressão para que a vítima pagasse o valor. Eles mantinham as vítimas presas psicologicamente pelas ameaças com uma dívida impagável. Em um dos casos, a vítima tinha uma dívida de R$ 30 mil. Quando os traficantes começaram a cobrar, ela passou para R$ 250 mil.

Com as ameaças, muitas vezes, a conta era paga. Os bandidos demonstravam conhecimento de toda a rotina da família. Uma das vítimas tinha que pagar R$ 500 mil. Sem conseguir efetuar o pagamento, os criminosos, com arma na cintura, começaram a dizer que ela deveria dar um jeito em conseguir o dinheiro, porque eles sabiam onde seus filhos estudavam e onde ela trabalhava.

Seis criminosos foram presos. Por causa da Lei de Abuso de Autoridade eles não tiveram o nome revelado. “Vamos avançar agora para a 2ª fase da operação. Nela, vamos identificar os líderes da facção, para encaminhar eles a presídios federais fora do RS”, relatou o delegado Thiago Lacerda, titular da DRACO. O delegado regional Mario Souza, titular da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), destacou que “esse tipo de crime que possui ação contínua e permanente de terror contra as vítimas e isso deve ter resposta enérgica”.

Balanço da operação

Foram cumpridas 40 ordens judiciais em Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Gravataí e Santa Cruz do Sul. Cerca de 200 policiais cumpriram 32 mandados de busca e apreensão e oito de prisão.

Na casa de um dos alvos, os agentes encontraram mais de R$ 500 mil reais em espécie, ouro e esmeralda. “Vamos aprofundar a investigação para saber a origem desse dinheiro”, ressaltou  Mário. Nos outros mandados, foram apreendidas armas e drogas.

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