74 ANOS DEPOIS: Vicasa perde todas as linhas de Canoas e deve fechar as portas

FuncionĂĄrios devem ser demitidos sem receber os salĂĄrios atrasados

Fundada em 1947, a Vicasa deve fechar as portas nos prĂłximos dias. A empresa, que chegou a ter mais de 500 ĂŽnibus, e era responsĂĄvel pelo transporte metropolitano de Canoas e Cachoeirinha, chega ao final com apenas 10 coletivos rodando. Nas Ășltimas semanas, apenas trĂȘs linhas eram operadas pela primeira empresa da famĂ­lia Biazus.

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Os funcionĂĄrios estĂŁo em greve. HĂĄ mais de dois meses eles nĂŁo receberem salĂĄrios e nem benefĂ­cios. Em uma reuniĂŁo de conciliação entre a categoria, empresa e Metroplan, a administração da Vicasa foi direta e disse que nĂŁo tem dinheiro para pagar as contas. De acordo com Ricardo Leote, do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes RodoviĂĄrios Intermunicipais, de Turismo e de Fretamento da RegiĂŁo Metropolitana (Sindimetropolitano), houve a proposta de que funcionĂĄrios trabalhassem mais 15 dias, sem receber, para que a direção conseguisse encontrar uma solução para o problema. “NinguĂ©m mais quer trabalhar sem receber”, conta.

Como a categoria se recusa a trabalhar sem receber e nĂŁo hĂĄ dinheiro para solucionar o problema, nenhum ĂŽnibus da Vicasa circula nesta quinta-feira (8) em Canoas. Para resolver o problema de moradores do Mathias Velho, FĂĄtima e Rio Branco – bairros onde circulam as Ășnicas trĂȘs linhas que a empresa opera –, a Metroplan pediu para a Transcal – que tambĂ©m Ă© da famĂ­lia Biazus – assumir de forma emergencial, atendendo alguns horĂĄrios. A partir de segunda-feira (12), ela assume de maneira definitiva os trajetos.

A Transcal em Canoas nĂŁo Ă© novidade. Em maio, a Vicasa foi notificada pelo MinistĂ©rio PĂșblico a apresentar melhorias apĂłs diversas reclamaçÔes sobre o serviço, que vĂŁo desde o nĂŁo cumprimento de horĂĄrios, atĂ© a qualidade dos ĂŽnibus. Na Ă©poca, a reportagem de AgĂȘncia GBC escutou de passageiros que, em muitos casos, os coletivos estragavam no meio da viagem e a empresa nĂŁo conseguia substituir, porque nĂŁo tinha carro reserva. A solução encontrada foi dividir a cidade em duas e trazer a empresa de Cachoeirinha – que tambĂ©m substituiu a Vicasa lĂĄ no final de 2007 – para operar as linhas metropolitanas e reativar as de integração entre Trensurb e bairros, que a atual concessionĂĄria nĂŁo conseguia manter por falta de recursos.

Fim da linha

A reportagem de AgĂȘncia GBC ainda apurou que funcionĂĄrios participaram de uma videoconferĂȘncia na noite da Ășltima quarta (7). Eles foram comunicados que a empresa deverĂĄ encerrar as atividades e que todos serĂŁo demitidos.

Procurada, a Vicasa não atende as ligaçÔes.

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