INDIGNADOS: presos colocam quadrilha da “carne de cavalo” no paredão

Detentos saíram em defesa dos animais.

Um vídeo gravado supostamente em uma das celas do presídio do Apanhador, e que a reportagem do Portal Leouve teve acesso durante esse sábado (20), demonstra que até mesmo os detentos, que provavelmente há um bom tempo não tem acesso às casas de lanches, também ficaram indignados com a fraude na produção de hambúrgueres em Caxias do Sul.

Nas imagens supostamente produzidas pelos presos, aparecem quatro dos seis acusados de serem integrantes da quadrilha presa em um sítio em Forqueta. Dois estão sentados em um beliche e os outros dois em pé, são questionados pelos outros prisioneiros de como funcionava o esquema.

Quase que em formato de entrevista coletiva, os presos foram matando a curiosidade sobre valores, estratégia de venda e condições dos cavalos que eram abatidos pelos criminosos que faziam parte da fraude.

A primeira pergunta feita por um dos “colegas” de cela, questiona o estado dos animais.

– Tá, mas porque e esses cavalinhos bem magrinho, cavalo bem magrinho?

– Não, mas eram gordo, gordo, gordo. Eles compravam ali pelo lado de Juá, eram tudo bicho de fazenda. Rebate um dos acusados.

Não satisfeito com a resposta um outro preso questiona: – Compravam ou roubavam? – Não sei se os caras, mas acho que não. Eram tudo da colônia. Pagavam 700 ou 650 pila. – E vendiam por quanto? – Por 900.

Nesta hora até mesmo o detento demonstra estar indignado com a situação sai em defesa dos animais – Tá louco! Por 200 pila matar os bicho!

Durante o bate papo a imagem mostra um idoso, que também seria acusado. Ele aparece de cabeça baixa e com uma garrafa d’água debaixo do braço e visivelmente desconfortável com a situação. Nesse instante dá para ouvir até uma conversa paralela, em que alguém pergunta se ele está bem, mas não é possível ouvir a resposta.

Na sequência das imagens um dos participantes da quadrilha diz que o idoso não sabia que se tratava de carne de cavalo. O preso em tom de deboche rebateu: – Ah não sabia! Olha a carinha! o jeito que está esse véio. Rapidamente uma outra voz defende o idoso e diz: – Tu não consegue saber. A carne vinha dentro de um pacote, e a carne é idêntica. O preso responde: – Se é um cara que nunca viu carne na vida, tudo bem até passa.

Questionado sobre a divisão das tarefas de quem fazia o que no grupo, um deles confessou que vendia as carnes para os lanches, e que alguns dos clientes reclamavam dos preços mesmo sabendo que os hambúrgueres eram adulterados. Na conversa final do vídeo um dos presos revela qual a sua casa de lanches preferida, mas coloca em dúvida se a qualidade continua sendo a mesma.

Neste instante um outro prisioneiro diz: “Ainda é bom, foi de uma sete meses pra cá que esses demônios do satanás fizeram isso”, desabafa.

Procurada pela reportagem do Portal Leouve, a Susepe divulgou a nota abaixo sobre a presença do celular na cela e a divulgação das imagens que também foram compartilhadas nas redes sociais.

Confira a nota da assessoria de imprensa da Susepe :

Hoje (20), por volta do meio-dia, a Susepe realizou uma revista na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, após denúncia anônima envolvendo a utilização de celular da unidade prisional.

Uma operação realizada em celas onde encontravam-se os apenados envolvidos no esquema de venda de carne de cavalo para lanchonetes, em Caxias do Sul.

Foram apreendidos dois celulares, sem baterias e sem chips, que foram encaminhados para registro da ocorrência. A casa prisional não têm bloqueadores de celulares e antidrones em todos os dispositivos. Contudo, ontem, apresentamos os recursos do Avançar nos Sistemas Penal e Socioeducativo, que consta com a contratação deste sistema.

Serão comprados três drones para o sistema penal (R $ 117 mil), 25 scanners corporais, equipamentos usados ​​para revista nas unidades prisionais para barrar entrada de materiais ilícitos (R $ 7 milhões), e sistemas de bloqueador de celular e antidrones para 15 unidades prisionais, com tecnologia nova capaz de identificar, bloquear e rastrear aparelhos eletrônicos (R$ 29,2 milhões).

O sistema antidrones proibirá a entrada de materiais ilícitos, como por exemplo, aparelhos de celular.

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