Um homem de 27 anos foi preso em Esteio nesta quinta-feira (9) por lesão corporal decorrente de violência doméstica. Conforme a Delegada Luciane Bertoletti, que coordenou a operação, atenção o relato da vítima de que era proibida de sair de casa, ir ao médico e até lavar os cabelos ou se maquiar, pois o agressor tinha um ciúme obsessivo, tanto que tatuou o rosto e o nome da vítima em seu peito.
Tais agressões, segundo a vítima, ocorriam constantemente e na presença da filha menor. Tal situação perdurou pelo período de 11 anos e, conforme relato, a vítima temia por sua vida e pela vida da filha se o denunciasse, além de dependem financeiramente do agressor.
Solicitada a prisão e deferida pelo poder Judiciário, a vítima retornou a delegacia solicitando, agora, a revogação da medidas impostas, bem como o não cumprimento da prisão do agressor.
Mas, como se tratava de crime de ação pública incondicionada, agentes da delegacia deram cumprimento a cautelar e prenderam o indivíduo enquanto se deslocava para o trabalho.
Depois da prisão, a vítima novamente compareceu a delegacia referindo, agora, ter sido coagida a vir solicitar a revogação das protetivas e que o mesmo, naquele momento, estava aguardando ao lado de fora da delegacia para que comprovasse que havia manifestado o desinteresse em permanecer com a medida e processá-lo criminalmente.
Segundo a delegada Luciane Bertoletti deve-se estar muito atento ao relato das vítimas, bem como a condição psicológica apresentada no momento da entrevista. “Nos crimes de violência doméstica contra a mulher é comum o agressor continuar manipulando e coagindo suas companheiras”, avalia.
O Diretor da 2 DPRM, Delegado Mario Souza, salienta que essas operações também tem o intuito de encorajar as mulheres vítimas de violência a fazerem denúncias para a polícia.