Porsche de traficante pode virar viatura da PolĂ­cia Civil em Canoas

Traficantes perderam mais de R$ 50 milhÔes com uma megaoperação da polícia

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A PolĂ­cia Civil apreendeu diversos carros de luxo durante a Operação Kraken deflagrada em Canoas e em outras cidades da Grande Porto Alegre na Ășltima terça-feira (19). Os veĂ­culos podem ser usados no combate a criminalidade, de acordo o chefe de PolĂ­cia, FĂĄbio Motta Lopes. “Os veĂ­culos poderĂŁo ser usados se houver autorização judicial”, afirma.

Na lista de carros estão Audi, Camaro, Mercedes e até Porsche. Eles estavam de posse dos integrantes da facção criminosa que era alvo da ofensiva.

Parece uma empresa

A investigação, que durou mais de 18 meses, foi coordenada pelo delegado Gabriel Borges titular da 1ÂȘ Delegacia de Sapucaia do Sul. Os investigadores descobriram um esquema de lavagem de dinheiro que era participado por 207 pessoas que integram a facção e tem função dentro dela. Foram identificados de gerentes atĂ© ‘meros’ laranjas.

Chamou a atenção da polĂ­cia que os membros da facção agem em um esquema empresarial. Eles tĂȘm regras, sĂŁo discretos e, acima de tudo, visam o lucro por meio dos crimes. AlĂ©m da venda de drogas, eles cometem crimes patrimoniais, trĂĄfico de armas de fogo e atĂ© comĂ©rcio ilegal de roupas.

O dinheiro era lavado da seguinte forma: os bandidos compravam imóveis e automóveis de luxo na Grande Porto Alegre e no Litoral de Santa Catarina. Além disso, adquiriam empresas para continuar gerando o capital.

Porém, é da venda de drogas que vem a maior parte dos lucros.

Principais lideranças na cadeia

Ao longo da investigação, os policiais descobriram que os bandidos recebem ordens de dentro do sistema penitenciĂĄrios. As lideranças estĂŁo em presĂ­dios gaĂșchos e federais, mas como celulares que sĂŁo enviados com drones para dentro das cadeias, eles seguem coordenando os crimes.

Para arrecadar ainda mais lucros, os presos ainda fazem rifas no presĂ­dio. Os prĂȘmios, normalmente, sĂŁo armas de fogo.

O grupo também mantém lideranças em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e no Paranå, além de ter representantes na Bolívia, ColÎmbia e México.

Balanço da Operação

A ofensiva foi realizada em Canoas, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita e mais 35 cidades gaĂșchas, alĂ©m de municĂ­pios de outros estados. Mais de 1,3 mil policiais cumpriram 1.368 ordens judiciais sendo mandados de prisĂŁo preventiva, busca e apreensĂŁo, sequestro e bloqueios de bens. Mais de 55 criminosos foram presos. “É a maior operação da histĂłria do Rio Grande do Sul”, afirma o chefe de polĂ­cia, FĂĄbio Motta Lopes.

 â€œA operação Kraken rompe paradigmas no que se tinha atĂ© o momento no combate ao crime organizado e Ă  lavagem de dinheiro. Os reflexos desse trabalho certamente serĂŁo verificados por vĂĄrios anos e as tĂ©cnicas utilizadas servirĂŁo de base para trabalhos futuros. Foi um trabalho de repressĂŁo qualificada realizado para quebrar as finanças do crime organizado”, finaliza o delegado Souza.

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