29.3 C
Canoas
12 de dezembro de 2024

Porsche de traficante pode virar viatura da Polícia Civil em Canoas

Traficantes perderam mais de R$ 50 milhões com uma megaoperação da polícia

Siga a Agência GBC no Instagram

A Polícia Civil apreendeu diversos carros de luxo durante a Operação Kraken deflagrada em Canoas e em outras cidades da Grande Porto Alegre na última terça-feira (19). Os veículos podem ser usados no combate a criminalidade, de acordo o chefe de Polícia, Fábio Motta Lopes. “Os veículos poderão ser usados se houver autorização judicial”, afirma.

Na lista de carros estão Audi, Camaro, Mercedes e até Porsche. Eles estavam de posse dos integrantes da facção criminosa que era alvo da ofensiva.

Parece uma empresa

A investigação, que durou mais de 18 meses, foi coordenada pelo delegado Gabriel Borges titular da 1ª Delegacia de Sapucaia do Sul. Os investigadores descobriram um esquema de lavagem de dinheiro que era participado por 207 pessoas que integram a facção e tem função dentro dela. Foram identificados de gerentes até ‘meros’ laranjas.

Chamou a atenção da polícia que os membros da facção agem em um esquema empresarial. Eles têm regras, são discretos e, acima de tudo, visam o lucro por meio dos crimes. Além da venda de drogas, eles cometem crimes patrimoniais, tráfico de armas de fogo e até comércio ilegal de roupas.

O dinheiro era lavado da seguinte forma: os bandidos compravam imóveis e automóveis de luxo na Grande Porto Alegre e no Litoral de Santa Catarina. Além disso, adquiriam empresas para continuar gerando o capital.

Porém, é da venda de drogas que vem a maior parte dos lucros.

Principais lideranças na cadeia

Ao longo da investigação, os policiais descobriram que os bandidos recebem ordens de dentro do sistema penitenciários. As lideranças estão em presídios gaúchos e federais, mas como celulares que são enviados com drones para dentro das cadeias, eles seguem coordenando os crimes.

Para arrecadar ainda mais lucros, os presos ainda fazem rifas no presídio. Os prêmios, normalmente, são armas de fogo.

O grupo também mantém lideranças em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e no Paraná, além de ter representantes na Bolívia, Colômbia e México.

Balanço da Operação

A ofensiva foi realizada em Canoas, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita e mais 35 cidades gaúchas, além de municípios de outros estados. Mais de 1,3 mil policiais cumpriram 1.368 ordens judiciais sendo mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, sequestro e bloqueios de bens. Mais de 55 criminosos foram presos. “É a maior operação da história do Rio Grande do Sul”, afirma o chefe de polícia, Fábio Motta Lopes.

 “A operação Kraken rompe paradigmas no que se tinha até o momento no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Os reflexos desse trabalho certamente serão verificados por vários anos e as técnicas utilizadas servirão de base para trabalhos futuros. Foi um trabalho de repressão qualificada realizado para quebrar as finanças do crime organizado”, finaliza o delegado Souza.

MATÉRIAS RELACIONADAS

MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido!