Enfileiradas, as caçambas que recolhem os resíduos do temporal de 15 de agosto iriam da ponte sobre o Gravataí, na divisa com Porto Alegre, até quase a Boqueirão. Foram mais de 1000 viagens retirando pedaços de árvores, galhos caídos e o que havia sido tirado das ruas, mas foi provisoriamente depositados sobre praças ou terrenos baldios. Há uma semana, uma mensagem de voz do secretário de Obras, Marco Antônio Oliveira, o Caco, deu a notícia para o prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques. O ‘faxinão’ do Nedy está, literalmente, varrendo toda a cidade.
Sobre o temporal, todos lembram. A região mais atingida, que destruiu mais casas – especialmente telhados – foi entre a Estância Velha e o Guajuviras. Foi como se o vento tivesse ‘encanado’ na sequência das pistas da Base Aérea e, num fenômeno climático atípico, a microexplosão ali na altura da Cia da Construção, na esquina entre as avenidas Santos Ferreira e a A.J. Renner.
A limpeza era algo urgente mas, nem por isso, tão simples. Num primeiro momento, a opção foi a de auxiliar as pessoas, entregar lonas e telhas, abrigar os desabrigados. Depois é que se viu o tamanho da bronca. O decreto de calamidade facilitou a contratação de caminhões, equipes e pôs o serviço na rua. Mas o avanço da limpeza ainda patinava. No início de outubro é que veio a ordem do gabinete: tem que terminar a limpeza da cidade. E aí que aparecem as tais 1000 caçambas – 1130, para ser preciso. De 4 de outubro até o início de novembro, a prefeitura já recolheu 9,4 mil toneladas de resíduos.
O decreto de calamidade ainda facilitou uma outra frente de combate aos efeitos do temporal: a liberação do FGTS dos trabalhadores que moram em áreas atingidas. Quem quiser, pode sacar o saldo de sua conta vinculada sem precisar se desligar da empresa. Mas é preciso se inscrever até 14 de novembro, segunda-feira da próxima semana. Há um formulário para os interessados que pode ser preenchido clicando aqui.