CVC as a Service: o que Ă© e como funciona?

Com um ecossistema que reúne mais de 13 mil startups, segundo Associação Brasileira de Startups (ABstartups), as iniciativas de CVC (Corporate Venture Capital) têm crescido no Brasil nos últimos anos, despertando o interesse, inclusive, de corporaçõese, como Vale, Embraer, Braskem, Vibra, Anima Educação, ArcelorMittal, Dexco, Eurofarma e Locaweb.  .

O fenômeno gera a atenção para o chamado “CVC as a Service” (CVC como serviço). Peter Seiffert, fundador e CEO da Valetec, explica que CVC como serviço é um modelo de fornecimento de serviços de investimento em startups para corporações ao terceirizar  todo o processo, de ponta a ponta, do seu fundo de investimento corporativo. O modelo abrange desde o planejamento, definição da tese de investimento, estruturação e a gestão do fundo, assim como seus investimentos em capital empreendedor para uma gestora especializada em CVC.

“Esse modelo de serviço [CVC as a Service] é projetado para ajudar as corporações a acessar os benefícios do investimento em capital empreendedor, como inovação e crescimento, sem ter que construir uma equipe interna  ou gerenciar os investimentos diretamente”, diz ele.

Segundo Seiffert, na modalidade, a gestora especializada cuida da busca, da devida diligência, execução do investimento e  gestão de portfólio (acompanhamento e desenvolvimento das investidas), permitindo que a corporação se concentre no processo decisório e estratégico do seu programa de CVC. “Esse modelo também pode ajudar as corporações a acessar uma rede mais ampla de startups e empreendimentos, o que leva a mais oportunidades de investimento e melhores retornos. Além de maior velocidade nos investimentos, é muito relevante em termos competitivos”.

Quais são as principais características do CVC as a Service?

Seiffert explica que CVC as a Service, ou Corporate Venture Capital as a Service, é um modelo de negócio em que uma gestora oferece uma gama de serviços de investimento e gestão de portfólio desenhados e operados sob medida para cada corporação. Segundo ele, algumas das principais características do CVC as a Service incluem:

1 – Integração de equipes: A corporação pode montar um time pequeno e estratégico para trabalhar em conjunto com a equipe da gestora que traz todos os especialistas do mercado, do jurídico ao gestor do portfólio.  

2 – Expertise: A empresa que oferece o serviço de CVC as a Service geralmente possui expertise em consultoria, o que é uma opção para quem ainda não sabe por onde começar seu fundo de CVC. Além disso, a gestora pode cuidar do projeto “de ponta a ponta”, desde a estruturação do fundo e desenvolvimento da tese de investimento até a negociação e investimento em startups que tenham sinergia com seus negócios.

3 – Flexibilidade: O modelo de CVC as a Service é flexível e pode ser adaptado às necessidades específicas de cada corporação. Por isso, é chamado de “Taylor Made”.

4 – Menor risco e melhor eficácia: Ao utilizar o CVC as a Service, é possível reduzir o risco de investimento em uma startup, pois a gestora tem experiência e curva de aprendizado, fazendo todo o trabalho de geração de pipeline, fluxo de startups para análise, análise de negócio, valuation, riscos, time, estruturação do investimento para mitigar riscos e elaboração de memorando de investimento para decisão em comitê de investimento, ampliando de forma significativa o potencial de sucesso e retorno dos investimentos

5 – Menor custo operacional: o CVC as a Service funciona com um processo terceirizado, que para uma gestora especializada por sua escala e profissionalização proporciona menores custos operacionais do que realizar toda a operação internamente.  

6 – Networking e acesso a pipeline: As empresas que utilizam o CVC as a Service têm uma ampla base de startups monitoradas, forte presença no ecossistema, e network com uma uma rede de fundos de venture capital e corporações que estão investindo em startups, o que pode gerar acesso a startups para análise, o chamado pipeline, além de oportunidades de co-investimento.

Modelo de negócio ganha força no Brasil

O fundador e CEO da Valetec destaca que CVC as a Service ainda é um modelo de negócio relativamente novo no Brasil, mas tem se desenvolvido nos últimos cinco anos devido à crescente demanda por investimento em startups e inovação. 

Além disso, emenda, o governo brasileiro também tem apoiado o desenvolvimento do ecossistema de empreendedorismo e inovação, por meio de programas de incentivo à inovação e investimento em startups, como o programa InovAtiva Brasil, que oferece mentoria e suporte para startups e empresas inovadoras.

Para concluir, Seiffert ressalta que, apesar do crescimento forte nos últimos dois anos, ainda há espaço para o desenvolvimento do CVC as a Service no Brasil: “As corporações brasileiras precisam continuar a investir em tecnologia e inovação, além de buscar parcerias com outras empresas e investidores, para se manterem competitivas no mercado global. E ao menos, buscar igualar o movimento estratégico em CVC já realizado por muitas de suas concorrentes”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar: https://www.valetec.com.br/

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