CANOAS: Mais de 30 funcionários demitidos de confeitaria buscam pagamento de salários e indenizações de processos trabalhistas

Em alguns casos, os profissionais relatam que nem o salário integral eles receberam

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Mais de 30 funcionários demitidos da La Casa Cake em Canoas estão mobilizados desde o último final de semana. Eles buscam desde o pagamento de salários até a quitação dos acordos de processos trabalhistas.

Um dos casos é da Keylla Meurer. Ela trabalhou seis meses na confeitaria e foi contratada como auxiliar administrativa. Porém, acabou passando por todas as funções. “Eu sofria muito desvio de função. Eu e minhas colegas tínhamos que bater meta de vendas e vivíamos em uma pressão psicológica absurda”, relata.

A profissional conta que ela e as colegas passavam semanas sem folga e que, em alguns dias, a carga horária de trabalho chegava a 12 horas. “Quando reclamava, ele me dizia que se eu não fosse capaz, não merecia estar aqui.”

Sem receber os salários de forma integral e as verbas rescisórias, ela ingressou na justiça. A causa de R$ 26 mil acabou em um acordo de R$ 18 mil. “Ele pediu para pagar em 10 parcelas. Porém, até hoje não pagou.”

“Era uma ofensa falar em hora extra”

Contrata em 2018 como auxiliar de produção, a Aline Verssozi passou três anos e meio na empresa. “No início o pagamento era certinho. Quando ele mudou a confeitaria de endereço, começaram os atrasos nos pagamentos.”

Verssozi passou por diversas funções e chegou até a cuidar do estoque e despachar pedidos de clientes. Ela ingressou na Justiça em busca do pagamento das verbas rescisórias e de indenizações. “A gente batia o ponto e voltava a trabalhar. Nem intervalo dava tempo de fazer. Ele nos dava essa ordem. Era uma ofensa falar em hora extra”, conta.

Processos na justiça

A advogada Juliana Finatto acompanha de perto a movimentação das vítimas. Representando um dos funcionários demitidos, ela afirma que denunciará os casos para o Ministério Público (MP). “Os casos configuram estelionato, exploração, assédio moral e tem relatos até de assédio sexual”.

Além disso, ela relata que após a Justiça não encontra nada nas contas da empresa para executar o pagamento das verbas dos acordos trabalhistas. “Estamos diante de direitos violados dos trabalhadores. Quem compra aqui, está financiando a exploração do trabalho escravo”, comenta.

O que diz a empresa

Em nota, a La Casa Cake afirma que está comprometida em lidar com os processos judiciais “de forma transparente e responsável”. Além disso, destaca que não há “qualquer ilegalidade nas operações comerciais existentes”

Leia a nota na íntegra

“Gostaríamos de informar ao público e aos interessados que todos os processos trabalhistas envolvendo nossa empresa estão devidamente registrados e monitorados em nosso radar financeiro. Reconhecemos a importância e a seriedade de tais processos e estamos comprometidos em lidar com cada um deles de forma transparente e responsável.

Queremos também reiterar nossa confiança e respeito pelo sistema judiciário do país, especialmente a Justiça do Trabalho, que é o órgão legalmente competente para lidar com questões trabalhistas. Valorizamos a legislação e a justiça brasileira e estamos empenhados em cumprir todas as decisões e determinações emanadas por este órgão.

Quanto aos CNPJ existentes todos derivam de relação econômica e orientações fiscais, dos profissionais de contabilidade, não havendo qualquer ilegalidade nas operações comerciais existentes.

Agradecemos a atenção de todos e nos colocamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas adicionais, sendo que o momento econômico enfrentado após a pandemia ainda não favorece nossa empresa, e estamos atuando para manter os postos de trabalho existentes e saldar dívidas trabalhistas existentes.

Atenciosamente,

Lá Casa Cake”

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