Para combater os crimes de estelionato e extorsão praticados por organizações criminosas, a Polícia Civil deflagrou a Operação Dívida Ativa na manhã desta quinta-feira (25). A ação coordenada pelo delegado Marco Swirski, titular da Delegacia de Esteio, é resultado de uma investigação de seis meses. Nove criminosos foram presos.
Segundo a polícia, o grupo agia da seguinte forma: utilizando perfis falsos, eles adquiriam produtos em sites de compra e enganavam os vendedores apresentando comprovantes de falsos pagamentos. Após receberem o bem e a vítima perceber que caiu em um golpe, os criminosos ameaçavam para que elas não procurassem a polícia.
Em seguida, após a ameaça, a organização criminosa começava a extorquir e coagir as vítimas para receberem mais valores.
Outro núcleo investigado
Durante a investigação, os policiais apuraram que o grupo criminoso tinha um segundo núcleo praticando extorsão. Eles entravam em contato com prestadores de serviço afirmando que determinado conserto não teria sido realizado da forma correta e, que por isso, deveriam ser ressarcidos por supostos danos causados.
Após o primeiro contato, os criminosos começavam a ameaçar os profissionais. Eles encaminhavam áudios e vídeos de criminosos armados causando grande medo nas vítimas. Os criminosos disseram que o veículo estava cheio de armas e drogas da facção sendo que, em virtude do conserto mal realizado, o veículo teria parado na rua, e os materiais (armas e drogas) teriam sido recuperados pela Polícia. A partir de então a vítima passou a ser cobrada, mediante grave ameaça, a ressarcir o suposto prejuízo causado.
De dentro do sistema prisional
Os policiais também identificaram que, criminosos presos, também estão atuando na prática criminosa usando celulares dentro do sistema prisional. Um dos alvos da ofensiva cumpre pena na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul.
Dentro da cela, com o apoio da Polícia Penal, agentes da delegacia de Esteio, apreenderam 10 celulares com chip. Segundo a polícia, impressiona a técnica empregada para esconder os aparelhos no local.
Ofensiva
A operação Dívida Ativa conta com a participação de 50 policiais em Antônio Prado, Caxias do Sul, Canela, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
“As investigações prosseguem para identificar outros criminosos e especialmente os mentores do grupo. Esperamos trazer tranquilidade às vítimas com esse trabalho eficiente de polícia judiciária”, afirma o delegado Marco Swirski, titular da Delegacia de Polícia de Esteio.
O delegado regional de Canoas, delegado Cristiano Reschke, destaca ser de extrema importância que outras vítimas do esquema criminoso procurem a Polícia Civil para registrar e denunciar outros eventos criminosos do grupo investigado. “Com a contribuição das vítimas, ainda que de forma velada, alcançaremos outros nós da estrutura da organização criminosa, incluindo seu braço financeiro e a lavagem de dinheiro, em especial, para atacar o que move o crime: o dinheiro”.
