A cliente que jogou suco em uma atendente de lanchonete foi indiciada pela Polícia Civil por injúria real. O incidente aconteceu no dia 28 de setembro, em uma unidade da Mini Kalzone no Shopping Iguatemi, quando a mulher se irritou ao saber que o local não fornecia canudos. Veja vídeo abaixo.
Durante o depoimento, a mulher optou por permanecer em silêncio. Mesmo assim, o delegado Alexandre Vieira, responsável pela investigação, explicou ao G1 que o crime de injúria real envolve agressões que utilizam violência ou atos humilhantes. “O agressor, por meio de suas atitudes, busca envergonhar e humilhar a vítima, atingindo diretamente sua honra”, destacou o delegado.
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A pena para esse crime varia de três meses a um ano de prisão, conforme previsto no Código Penal.
O delegado também ressaltou que a continuação do processo depende da manifestação da vítima. Ou seja, a atendente precisa expressar o desejo de seguir com o caso na Justiça. “Este não é um crime de ação pública”, reforçou Vieira.
Cliente que jogou suco em atendente de lanchonete vai responder criminalmente: humilhação
A situação ganhou grande repercussão nas redes sociais depois que Odara Gomes, a atendente de 19 anos agredida, gravou um vídeo relatando o ocorrido. No vídeo, ela descreveu como foi humilhada pela cliente. “A mulher, furiosa porque não tínhamos canudos, jogou suco em mim e mandou que eu bebesse com a boca. Eu fiquei molhada e humilhada”, relatou Odara, enquanto mostrava sua camiseta encharcada.
Odara prestou depoimento na delegacia no dia 4 de outubro e estava afastada do trabalho devido a uma licença médica. Ela voltou às atividades nesta terça-feira (15), em outra unidade.
Em nota, a Mini Kalzone afirmou que ofereceu apoio jurídico e psicológico à colaboradora imediatamente após o incidente. A rede também tomou as providências necessárias ao acionar as autoridades e a segurança do shopping para identificar a agressora. Veja abaixo a nota na íntegra.
Nota completa
“A Mini Kalzone lamenta profundamente o incidente ocorrido no dia 28 de setembro de 2024, em uma de nossas unidades franqueadas em Porto Alegre, onde nossa colaboradora foi vítima de uma agressão e humilhação inaceitáveis por parte de uma cliente. O fato teve origem na insatisfação da cliente com a política de não fornecermos canudos, adotada em estrito cumprimento à legislação local.
Desde o momento do ocorrido, nossa equipe atuou prontamente para prestar suporte necessário à colaboradora, oferecendo recursos para que ela pudesse retornar para casa em segurança e ser acolhida no ambiente familiar. Além disso, de imediato, foram tomadas as providências cabíveis ao contatarmos as autoridades competentes e segurança do empreendimento para auxiliar na identificação da agressora.
Em menos de 8 horas após o ocorrido, foi registrado um Boletim de Ocorrência, anexando as imagens de segurança da loja.
Desde o ocorrido, permanecemos colaborando ativamente com as autoridades para garantir que os responsáveis sejam identificados e que a justiça seja feita, agindo com transparência e respeito aos trâmites legais. Esclarecemos que, em conformidade com as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as imagens de segurança não podem ser compartilhadas publicamente, estando disponíveis apenas para as autoridades competentes.
A Mini Kalzone disponibilizou apoio jurídico e psicológico à colaboradora, reafirmando nosso compromisso em garantir seu bem-estar e segurança. Para nós, este não é apenas um caso isolado de violência, mas uma afronta aos valores e princípios que defendemos. Não mediremos esforços para proteger nossa equipe e buscar a responsabilização pelos atos cometidos.
Agradecemos a compreensão e o apoio de todos. Seguiremos empenhados para que essa situação seja resolvida com justiça e transparência, defendendo sempre o respeito e a integridade de nossos colaboradores”.