A Polícia Federal deflagrou nesta semana uma operação em Canoas para desarticular um grupo criminoso que pratica os crimes de peculato, corrupção passiva, violação de sigilo e associação criminal em leilões judiciais na Justiça do Trabalho. Durante a ofensiva, um juiz que atua na Justiça do Trabalho na cidade, acabou sendo afastado do cargo.
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A PF não divulgou o nome do magistrado alvo da ofensiva. Os policiais estiveram no apartamento dele e, cumpriram a ordem judicial que afastava o juiz de suas funções.
Além disso, segundo a polícia, os agentes prenderam dois leiloeiros.
Juiz do Trabalho é afastado do cargo em Canoas: entenda o caso
De acordo com a PF, o grupo começou a ser investigado após uma inspeção judicial extraordinária realizada pela Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho em um órgão da Justiça do Trabalho em Canoas.

De acordo com a Polícia Federal, dois grupos de leiloeiros judiciais teriam praticados fraudes a execuções trabalhistas, arrematações fraudulentas e apropriação indevida de valores depositados em hastas públicas. Conforme apurado pela investigação, essas ações teriam a proteção de um agente público da Justiça do Trabalho.
Porém, segundo a investigação, em troca da proteção, o grupo criminoso promovia o pagamento de vantagens indevidas ao investigado de duas formas: diretamente ou por meio de seus familiares. Conforme a polícia, os integrantes do grupo pagavam boletos pessoais do agente público relacionados a faturas de cartão de crédito, financiamentos imobiliários, despesas condominiais e imobiliárias.
Conforme a PF, entre 2022 e 2024, os policiais identificaram o pagamento de mais de R$ 1 milhão somente em boletos bancários.
LEIA NOTA DO TRT NA ÍNTEGRA
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) esclarece sobre a operação da Polícia Federal (PF), na manhã desta terça-feira (10/12), relacionada a leilões na Justiça do Trabalho em Canoas:
A investigação de possíveis irregularidades envolvendo leilões na Justiça do Trabalho de Canoas teve origem na Corregedoria do TRT-RS;
O expediente na Corregedoria foi instaurado em julho de 2024 para apurar o caso;
Esgotada a investigação administrativa pela Corregedoria, em setembro, todo o material analisado foi enviado para a Polícia Federal;
Um juiz da Corregedoria acompanhou o cumprimento de mandados expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4);
Em relação ao juiz titular afastado de suas funções na 3ª Vara do Trabalho de Canoas, o TRT-RS esclarece que um Processo Administrativo Disciplinar foi instaurado. O expediente tramita em sigilo.
O TRT-RS reafirma seu compromisso com a lisura e a transparência na condução de suas atividades e com a apuração rigorosa de quaisquer condutas incompatíveis com os princípios éticos e legais que regem a Justiça do Trabalho.