O ouroborus é um símbolo místico. Ele é representado por uma serpente que morde a sua própria calda, representando o fim de um dia de trabalho, de um ano ou de uma vida, mas também de eterno recomeço – e assim são os ciclos da nossa existência.
A passagem de um ano para o outro também se faz desta forma, é como se nos despedíssemos de um senhor já idoso e déssemos boas vindas a um bebê cheio de vida. Este recém nascido nos permite (re)começar planos, sonhos e trocar a roupa da alma, e nos encoraja a buscar, lutar e alcançar.
Mesmo que nossos olhos denunciem receio ao desconhecido, que nossa tela por vezes perca a cor ante às dificuldades e desigualdades, nossa fé, vontade de amar, fazer o bem e de estar com quem amamos, falam mais alto. O ano novo serve para que reflitamos acerca de nós mesmos, nossa finitude e o legado que queremos deixar àqueles que virão depois de nós.
Um novo ano, uma nova década. 2020 está aí e como um dia escreveu Mário Quintana “quando de se vê já é sexta-feira, quando se vê já passaram 60 anos”. Portanto, já que não é possível controlá-lo, que saibamos aproveitar o tempo e sobretudo, àquilo que existe entre o primeiro suspiro e a respiração derradeira: a vida. Aproveite este novo ciclo, repleto de boas novas e também de desafios. Em todos eles, jamais estaremos sozinhos.