Em Canoas, morador que via pornografia infantil é acusado por vizinhos de assediar crianças

Vizinhos, que aplaudiram a prisão, relataram que uma das vítimas saiu correndo do imóvel

Acordado às 06h20 por policiais dentro do pátio de casa, um homem de 57 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (30) na Rua Raquel Rossi, no bairro Fátima. Ele foi um dos alvos da Operação Inoccentia.

Assim que percebeu a presença dos policiais, ele correu para colocar um HD externo no descarga do vaso sanitário. Após sair do banheiro, o preso se encontrou com os policiais e, inicialmente, negou o crime. Mas, acabou confessando e foram encontrados arquivos nos sete notebooks que estavam na residência. Um foi recolhido.

Vizinhos acompanharam a movimentação da polícia, aplaudiram a prisão, e relataram que o homem é conhecido como um tarado pela vizinhança. “Ele faz isso com meninas. Uma vez, ele chamou duas para ver a piscina, quando elas entraram ele começou a agarrá-las. Rapidamente, uma saiu pelo portão que estava fechando aos gritos e contou o ocorrido”, contou uma das vizinhas que, por segurança, pediu para não ser identificada.

“Vamos apurar a investigação em cima dele para descobrir essas denúncias”, afirmou a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana, delegada Adriana da Costa. “É interessante que esse pessoal venha até a delegacia nos contar esses relatos para podermos aprofundar”, ressaltou o delegado Pablo Queiroz Rocha.

Contexto da operação

O objetivo era prender criminosos envolvidos em casos de pedofilia. Foram cumpridas seis ordens judiciais de busca e apreensão em Canoas, Esteio, Porto Alegre e São Leopoldo.

Quatro criminosos foram presos. Eles eram os alvos da polícia após seis meses de investigações. Eles armazenavam conteúdo de pornografia infantil em computadores e celulares. Por isso, o Instituto Geral de Perícias (IGP) acompanhou o cumprimento de todos os mandados. No local, os peritos analisaram todos os materiais encontrados e que acabaram apreendidos para serem encaminhados a uma perícia mais detalhada.

Por enquanto, foi constatado apenas o armazenamento de conteúdo. O compartilhamento pode ser anexado ao inquérito após o resultado final da perícia. “A exploração desse conteúdo é crime gravíssimo que envolve dor e sofrimento desde a sua produção até o seu consumo. A criança é submetida aos cruéis e repulsivos atos de produção de material pornográfico”, afirmou o delegado Pablo Queiroz Rocha, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Militar aposentado achou que ia ser pego pelo tráfico de drogas

No bairro Parque Amador, em Esteio, um militar aposentado de 29 anos achou que estava sendo alvo de uma operação por tráfico de drogas. Logo, mostrou uma quantidade enorme de anabolizantes e maconha dizendo ser de consumo próprio.

Porém, logo os policiais pegaram os eletrônicos e informaram que ele era alvo de uma operação contra a pedofilia. Arquivos foram encontrados.

O homem acabou sendo preso por dois crimes.

Confessou

Além dos quatro presos, um empresário de pequeno porte de 41 anos, morador de Montenegro, soma-se a eles. Pego pelos policiais em 15 de julho, ele confessou que assistia pornografia infantil.

Trabalho da investigação continua

O delegado Rocha, informou que a investigação segue para apurar se esses presos também não produziam material de pedofilia. “O consumo da pornografia é fator de grande incremento e estímulo para a prática de atos concretos, no mundo real, de atos de pedofilia, nestes incluídos o estupro de vulneráveis e outros atos ilícitos.”

Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza, afirmou a que “a violência contra as crianças é gravíssima e será energicamente enfrentada.”

MATÉRIAS RELACIONADAS

MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido!