“Eles estão até doentes”, essa foi a afirmação de Edson de Souza Galho – conhecido como Edinho – ao ser questionado por jornalistas o envolvimento dele com facção e se os criminosos estavam bancando a candidatura dele para a Assembleia Legislativa em 2018.
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O morador do bairro Igara era um dos alvos da Operação Chicago que foi deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (13) e foi surpreendido antes das 7h com a polícia no portão de casa. Assustado, ele relatou “não tenho nada a esconder de vocês” e acompanhou a entrada dos policiais na residência.
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Ali, além do mandado de prisão preventiva contra ele, havia um de busca e apreensão. Foram apreendidos documentos, HDs e até um veículo.
Segundo a investigação coordenada pelo delegado Rodrigo Caldas, titular da 3º DP, ele é um dos ‘cabeças’ de uma facção criminosa do Vale do Sinos que também atua na Região Metropolitana. “Ele era um dos responsáveis pelo financeiro do grupo. Um dos principais integrantes da facção.” Os investigadores ainda apuraram que ele não se envolvia com drogas e armas, mas lavava o dinheiro oriundo da venda de drogas.
Além de ter se candidato a uma vaga de deputado estadual, hoje, ele é pré-candidato a vereador em Canoas além de presidir o partido em Esteio. A prisão dele, segundo o delegado, chama a atenção para um desejo dos criminosos. “Integrantes de relevância na facção estavam entrando para a política. Vamos ampliar a investigação para apurar isso”, afirma Caldas.
Ainda sobre o tema, o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mário Souza, ressaltou que é “inesperado e audacioso eles tentarem colocar um dos integrantes da facção dentro da Assembleia Legislativa”.
Quando era levado para a delegacia, Edinho chegou a conversar com repórteres e afirmou que a prisão era um engano e que não tinha nenhuma relação com essa facção criminosa. A reportagem de Agência GBC tenta contato com a defesa dele, mas ainda não obteve retorno.
O PROS se pronunciou através de nota sobre a prisão. Segundo o comunicado, a direção estadual do partido encaminhou a expulsão do acusado.
Nota do PROS:
“Após tomar conhecimento pela imprensa, a direção estadual do partido imediatamente encaminhou a expulsão do acusado. O PROS, por meio dos seus dirigentes, informa que não compactua e repudia veementemente os atos praticados pelo seu ex-filiado”.