CANOAS: criança de 6 anos disse para delegado que não sentia mais dor ao ser queimado no fogão

Ele mesmo contou que só era queimado pela mãe quando não se comportava

O delegado Pablo Queiroz Rocha – titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas – deu detalhes do depoimento da criança que era torturada pela mãe no bairro Guajuviras, em Canoas. Ambos moravam há seis meses em um apartamento.

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O menino de seis anos contou ao policial que teve as mãos queimadas no fogão e que ficava por horas amarrado na cama sem poder ir ao banheiro. “Questionei se ele tinha dor. A criança falou que não sentia mais, porque a mãe passava uma pomada na queimadura. Ele ainda disse que só acontecia isso quando ele não se comportava”, conta.

O caso chegou até a polícia após uma denúncia ao Conselho Tutelar. Escutada inicialmente pelos policiais, a mulher de 28 anos, alegou que o crime era motivado pelo mau comportamento da criança que atrapalhava o relacionamento entre eles. O namorado porém deu uma versão completamente diferente o que chamou a atenção dos policiais. Segundo o delegado Pablo, que coordenou a ação, eles serão escutados novamente após terem sido presos.

A suspeita é que há pelo menos três meses a criança vinha sendo submetida a torturas. Os agentes obtiveram o que consideram provas da tortura, como fotografias da criança amarrada à cama. Em troca de mensagens com o namorado, a mulher chegou a planejar uma forma de abandonar a criança. “Vou levar ele no hospital e dizer que está mal, com diarreia e vômito. Aí ele vai ficar para fazer soro, vou dizer que vou na rua comprar algo para comer e vou abandonar ele lá”, escreveu. Ela ainda disse que dopava ele para que ambos pudessem ter relações.

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas (2ª DPRM), delegado Mario Souza, afirma que a ação policial evitou uma tragédia. “A criança corria risco de morte. Se a gente demorasse um pouco mais, mais uma vez teríamos a notícia da morte de uma criança

Após a investigação, o menino foi retirado da convivência dos presos e enviado para a casa do avô. Os nomes dos presos não estão sendo divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para preservar a identidade da vítima.

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