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O Maxxi Atacado de Canoas deve virar Atacadão ainda em 2022. Isso, porque a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao tribunal do órgão a aprovação da aquisição do Grupo BIG Brasil pelo Carrefour Brasil, mas condicionou o negócio ao desinvestimento de algumas unidades do varejo de autosserviço.
A superintendência recomendou que o negócio seja aprovado com a adoção de “um remédio negociado com as empresas, que mitiga riscos concorrenciais decorrentes da operação”, segundo nota publicada em seu site nesta terça-feira.
Segundo o Cade, além da alienação de algumas unidades de varejo de autosserviço, a proposta também inclui “compromissos comportamentais relacionados à não-concorrência e à manutenção da viabilidade econômica das unidades desinvestidas até a efetiva transferência dos negócio”.
O Carrefour disse, em comunicado ao mercado, que a proposta de acordo prevê desinvestimento de lojas em patamar inferior ao divulgado na declaração de complexidade do negócio, que foi emitida pela superintendência em novembro.
O Cade tem até 240 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, para concluir a análise do negócio, prazo que começou a ser contado em julho passado.
Mais mudanças
O Carrefour Brasil, unidade local da gigante francesa de varejo Carrefour, anunciou em março passado a aquisição do Grupo BIG por cerca de 7,5 bilhões de reais (1,36 bilhão de dólares). No Rio Grande do Sul, além do Maxxi, mudanças também deve acontecer nas filiais do Hipermercado BIG, supermercados Nacional, TodoDia e Sam’s Club.
Os novos proprietários já sabem o que vão fazer com cada unidade. A marca BIG será extinta pela 2ª vez. Isso, porque em 2016 o Walmart – antigo proprietário – já tinha começado esse plano de reformas e mudanças de bandeiras. O BIG de Cachoeirinha chegou a ser uma das lojas reformadas. Meses depois, a marca foi retomada e reformulada quando o grupo de investidores do Advent adquiriu as lojas.
Agora, com o novo dono, as lojas do BIG deverão ser transformadas em Carrefour. Onde já tem o hipermercado, essas unidades devem adotar também as bandeiras de Atacadão e Sam’s Club. A escolha dependerá da localização e do potencial do modelo de negócio de cada unidade.
A bandeira Nacional, tradicional rede de supermercados gaúcha que nasceu em Sapucaia do Sul, não vai ser extinta. A escolha dos novos proprietários se justifica pela forte presença local. Só no Rio Grande do Sul são mais de 41 filiais, fora as do Paraná, que se chamavam Mercadorama. Porém, a marca deve ter acrescentados elementos do Carrefour, como o “C” do logotipo. O mesmo deve ocorrer com o BomPreço, que é a bandeira de supermercados do Grupo BIG, no Nordeste.
Já o Maxxi Atacado, vai virar Atacadão em todo o país. O processo de transformação dessas unidades será o mesmo que aconteceu com o Makro, também comprado pelo Carrefour, em 2020. As bandeiras TodoDia e Sam’s Club seguirão iguais. Sem mudanças.
Não devem acontecer novos fechamentos. As unidades, de acordo com o Carrefour, vão receber mais um R$ 1 bilhão em investimentos. Porém, antes de todas essas mudanças, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), precisa aprovar essa compra. Após, a transformação de todas as 387 lojas vendidas do Grupo BIG em todo o país. Só no Rio Grande do Sul, são 93 lojas.
Na região
Em Canoas, há quatro lojas do Grupo BIG. Um nacional, dois TodoDia e um Maxxi Atacado. Apenas o último sofrerá mudanças.
Em Cachoeirinha e Esteio, o BIG deverá virar Carrefour. Em Sapucaia, nenhuma das três unidades, além do Nacional do Esteio, terão mudanças.