RODRIGO BECKER

Rodrigo Becker é jornalista e escreve sobre política, negócios e cidade diariamente neste espaço.

ELEIÇÕES 2022 | 8 lances que valeram o debate da Band – e serão assunto na sua timeline

Presidenciáveis fizeram um baita debate na noite deste domingo, na Band. Quem tinha menos a perder ganhou mais

Fazia tempo não via um debate eleitoral tão cheio de emoções, rallys, polêmicas, tiradas de casquinha e até ideias – essa coisa que a política, vez ou outra, esconde atrás do sofá. Lula e Bolsonaro, como era de se esperar, falaram para os seus; Ciro foi Ciro, o bom de retórica; e os menos conhecidos, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Felipe D’Ávila tiveram os seus minutos de estrelato – para o bem e para o mau.

Confira, a seguir, 8 momentos que valeram o debate da Band, produzido em parceria com o UOL, Folha de São Paulo e TV Cultura:

1. Canelada nos professores

Felipe D’Ávila, do Novo, só pode ter cometido uma gafe ao dizer que os “professores continham não ensinando”. Se há professores mal preparados, concordo: mas por óbvio, não são todos. Ao contrário, em se tratando de educação pública, nossas escolas carecem de estrutura básica; na pandemia, nossos alunos não tinha internet para estudar em casa o que não podiam fazer em sala de aula. E não falei ainda do piso do magistério, pago só ali e acolá, não para todos. Falta formação continuada – mas isso me parece mais o fruto da ausência de uma política pública do que da consciência dos nosso professores.

2. ‘Soraya Papers’

A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, saiu com essa: pediu melhoria na sua proteção pessoal porque tinha ‘muito o que dizer’ de pobre – na certa, sobre a política brasileira. Lembrou Fernando Collor de Mello que, em 1989, levou a um debate na TV uma pasta rosa que se tornaria famosa dali por diante. O conteúdo da dita pasta jamais foi conhecida – mas a ameaça, naquele tempo, funcionou: seja pelo qu disse saber ou outra razão que nos escapa por aqui, Collor venceu a eleição.

3. Grosseria com Vera Magalhães
Jair Bolsonaro (PL) fez das suas. Em uma pergunta direta feita pela jornalista Vera Magalhães, acusou a profissional da TV Cultura de ser uma ‘vergonha para o jornalismo brasileiro’. A narrativa do presidente serve mais para ganhar likes em grupos de WhatsApp do que para esclarecer o que ele pensa sobre esse ou aquele assunto.

4. “O seu motorista viu”
Lula pontuou para quem dirige suas palavras ao responder um comentário de Soraya Thronicke sobre política econômico. Perguntou a ela se lembrava do que havia sido feito nessa área aos menos favorecidos da sociedade e, ao fim, disse que “o seu motorista, a sua empregada doméstica, lembra do que foi feito”.

5. Ciro um passo a frente
Ciro fez o debate na Band no mesmo mood da entrevista ao Jornal Nacional, na terça-feira passada – e se saiu muito bem. Com uma retórica fácil, perceptível ao ouvido do povo que está calejado de tanto ouvir promessas, foi engraçado e autêntico. O peso sobre Ciro, que está em sua quarta tentativa de chegar ao Palácio do Planalto, seja exatamente a até agora intransponível barreira da polarização: entre Lula e Bolsonaro, só crescem os muros, não a terceira via.

6. As mulheres
Simone Tebet e Soraya Thronicke, cada uma a sua maneira, tiveram desempenho positivo. A Soraya parece que falta traquejo de presidenciável; a ideia do imposto único, pisada e repisada eleição após eleição, soa muito como promessa e pouco como plano possível. Já Tebet teve sobriedade e, embora tenha escorregado aqui e ali, segue a risca a estratégia de formar corpo político no para 2022, mas para recolocar o MDB em protagonismo para 2026.

7. A nuvem de cada um
Com o auxílio do Google, a Band acompanhou o acesso de uma série de temas selecionados na cobertura do debate. Corrupção e Democracia, Preços e Desemprego, Inflação e Educação. Fácil associar as temáticas às campanhas mais estruturadas do pleito: enquanto os lulistas subiam tags de Democracia, bolsonaristas inflavam as de Corrupção; foi uma noite para ‘fritar’ os robozinhos…

8. Bolsonaro foi mais alvo do que Lula
Ciro e Tebet pareceram ter escolhido Bolsonaro como alvo; embora tenham atacado também a Lula, contra o capitão foram leões. A estratégia dos presidenciáveis postulantes à terceira via parece clara: imaginam romper a polarização tirando de Bolsonaro a vaga que lhe parece reservada em um eventual segundo turno. De outra ponta, admitem, com isso, que Lula já está um caminho inteiro à frente.

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