Avante e PDT era um namoro que parecia ter tudo para dar certo, mas o casamento para eleição está se transformando em divórcio. Em nota, a direção dos ‘laranjinhas’ confirmou o rompimento com a candidatura de Vieira da Cunha e a liberação para que seus filiados votem e peçam votos a quem quiserem na corrida pelo Piratini.
Quando anunciaram a aliança, às vésperas da convenção, parecia uma ótima saída. O PDT evitava o isolamento de uma candidatura costurada em cima da hora na desistência de Romildo Bolzan, presidente do Grêmio e que optou por ficar no clube para levá-lo de volta à Série A do Brasileirão; e o Avante ensaiava um primeiro protagonismo nas eleições gaúchas, com a indicação do professor Nado para disputar uma cadeira de senador.
O que aconteceu dali para cá foi turbulência e destrato. A opção do Avante pela candidatura de Lula desagradou o parceiro local, que queria entregar o palanque fechado para Ciro Gomes. E o PDT, que havia prometido abrir dobradinhas para candidatos do Avante no interior, se fez de ‘esquerdo’. Não deu outra: os sorrisos francos de primeira hora amarelaram de uns tempos para cá. E casamento, sabemos você e eu, vira rompimento.
Em se tratando de política, no entanto, a fila sempre anda: e noivo novo que não olha muito para o passado da noiva se diverte mais, já diria outro esperto por aí. O cara da vez parece ser Eduardo Leite, do PSDB. Ele ficou impressionado com o tamanho das campanhas do partido em Canoas ao ouvir o relato da mobilização que parou o calçadão na sexta-feira passada, com a presença de André Janones, inclusive. E não duvido nada que tente uma conversa com Anderson Dorneles e Márcio Freitas, quem sabe até por intermédio de Nedy de Vargas Marques, presidente local da sigla e homem com boas relações no MDB do candidato a vice, Gabriel Souza. Pode estar surgindo daí o adesivo ‘LuLeite’ carimbando os que vão de Lula e Leite há 9 dias do primeiro turno. A tática repete, com o ‘SartoNaro’, mas agora com as polaridades invertidas. Um espaço, até, para conversas nno segundo turno.
E para não esquecer, a aliança com o PDT desmoronou, mas serviu ao menos para salvar o mandato de Márcio Freitas. Quando trocou os trabalhistas pelo Avante em março, o partido pediu na justiça a cassação do vereador mais votado da cidade. O caso acabou resolvido na conversa, como manda a política, e com a intervenção de Nedy – que só deu o ‘amém’ para a aliança quando o PDT desistiu de tomar a cadeira de Márcio na Câmara.
Está feito, agora já era.