RODRIGO BECKER

Rodrigo Becker é jornalista e escreve sobre política, negócios e cidade diariamente neste espaço.

CANOAS | Habeas de JJ deve ficar para 2023: e isso não é ruim para ele

Adiamento da decisão pode dar tempo que prefeito precisa para articular um 'block' à iminente comissão processante que se avizinha na Câmara

Se não for extraordinariamente incluído na pauta da sessão virtual da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, que se reúne nesta segunda-feira, 19, às 14h, o habeas corpus da defesa de Jairo Jorge que pede o seu retorno ao cargo de prefeito fica para 2023. Fevereiro de 2023, para ser mais preciso. É que a Justiça Federal entra em recesso nesta terça, 20, e só volta em 6 de janeiro; os ministros, no entanto, tem férias de verão e retomam as atividades somente em 31 de janeiro. Julgamentos pendentes, ficam para fevereiro.

Jairo Jorge vinha correndo contra o tempo para que o seu caso fosse julgado ainda em 2022. O plano era não virar o ano fora do cargo para o qual foi eleito em 2020 e afastado em 31 de março em razão das investigações da Operação Copa Livre, comandada pelo Ministério Público gaúcho. Acontece que com as notícias de uma possível comissão processante para pedir a cassação do mandato do prefeito, um adiamento não se é o pior dos mundos para JJ.

Se o habeas chegar a ser julgado em 2022 e Jairo sofrer uma nova derrota, dificilmente escapa da criação da comissão processante. Parte dos vereadores já não esconde que aceita discutir o futuro do prefeito para que a gestão não fique, de alguma forma, preso à decisão liminar que mantém de março para cá o afastamento de JJ. Cassá-lo deixa o caminho definitivamente livre para o governo Nedy de Vargas Marques e os planos de 10 em 10 políticos que querem protagonizar a eleição de 2024.

Com o julgamento do habeas virtualmente adiado, o discurso político jairista segue inalterado: enquanto não houver decisão, ele tem chances de voltar – em fevereiro, com o habeas, ou em março, com o fim do 180 dias do afastamento renovado em setembro. Isso e os ares de janeiro, esperam, pode arrefecer o ânimo que impele parte da Câmara a uma cruzada pela cassação embora o tempo da política, reforço eu, seja diferente do calendário oficial. Para os que querem pôr a pique o navio Jairo Jorge ‘encalhado’ no porto vale a premissa do ‘quanto antes, melhor’: há um ano inteiro pela frente que não pode ser consumido com uma longa discussão sobre um homem só – mesmo que seja ele JJ: aos olhos de uns, o maior líder político que a cidade já viu; para outros, um transatlântico que daqui para frente só tem como destino o fundo do oceano.

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