Governo prepara anúncio de mais biodiesel na mistura ao óleo diesel

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), formado por 14 ministros de Estado, prevê em sua pauta para o dia 17 de março o anúncio de novo cronograma de adição crescente de biodiesel limpo ao óleo diesel. A expectativa do setor de biodiesel é que o teor siga sendo elevado gradualmente, dos atuais 10% até atingir a casa dos 15% nos primeiros meses de 2024.

A mistura de biodiesel foi instituída como política de Estado para reduzir as emissões de poluentes, que prejudicam o meio ambiente e a saúde pública – doenças cardiorrespiratórias geram internações, mortes e afastamento das pessoas do trabalho e de outras tarefas. O mesmo ocorre em relação à gasolina, que recebe percentual de etanol anidro.

Em anos anteriores, o teor de biodiesel chegou a 13% e, pelo cronograma anterior do CNPE, deveria ser de 15% a partir de março de 2023, mas o governo anterior congelou em 10%. Estudos conduzidos pelo governo federal e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com participação da iniciativa privada, autorizam a elevação até 15% por constatarem a alta qualidade do biodiesel e as boas condições de operação de motores e equipamentos com esse teor de mistura. Entre os estudos, destaca-se:

“Atendimento às recomendações do Relatório de consolidação dos testes e ensaios para validação da utilização de Biodiesel B15 em motores e veículos”, que pode ser acessado no seguinte link – http://antigo.mme.gov.br/documents/20182/69364fb4-0ba0-8c3b-71eb-e8b1bbc3ed06

“Estes estudos resultam do conhecimento e dedicação dos cientistas e pesquisadores brasileiros. Examinaram insistentemente vários aspectos relacionados à mistura de biodiesel ao óleo diesel; foram feitos estudos complementares após consultas aos setores econômicos interessados no tema e a conclusão é que motores e equipamentos a diesel podem operar normalmente com uma mistura maior”, diz João Henrique Hummel, diretor-executivo da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), do Congresso Nacional.

Geradores operam com 100% de biodiesel

Um exemplo aconteceu agora em março. A banda Coldplay anunciou que, em três shows no Brasil, recorre a geradores de energia movidos exclusivamente a biodiesel brasileiro – ou seja, sem mistura com óleo diesel mineral – para compensar até 80% da emissão de CO2. O biodiesel é fornecido pela empresa JBS Biodiesel.

O presidente da FPBio, deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), e o vice-presidente, deputado federal Orlando Silva (PcdoB-SP) têm mantido reuniões frequentes com os ministros de Estado para tratar da elevação da mistura escalonada até os 15%. A estratégia tem se mostrado positiva, com manifestações públicas antecipadas, na imprensa e na web, a favor do aumento da mistura por parte dos ministros Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio – MDIC), Carlos Fávaro (Agricultura – MAPA), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário – MDA) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia – MCTI).

Alceu Moreira faz um breve balanço das reuniões:

“Com mais biodiesel, haverá maior segurança energética, com menos importação de diesel mineral e as empresas emitirão menos poluentes, como avalia o MDIC. As cadeias da soja e da proteína animal (carnes e ovos) terão redução de custo e de preço para vendas aos mercados interno e externo, segundo o MAPA. Mais agricultores familiares (hoje, cerca de 300 mil) passarão a integrar a cadeia produtiva, informa o MDA E abre-se novas oportunidades para pesquisa e desenvolvimento tecnológico no setor de biocombustíveis, uma das principais agendas globais e do próprio governo, conforme o MCTI”.

Alceu Moreira diz ainda que “o biodiesel está avançando no Brasil a partir de muito diálogo, transparência, estudos e debates democráticos, com base em evidências. É um produto que vai além do fato de ser um combustível. Ele gera muitos benefícios em várias áreas. E isso é fato compreendido por muitas autoridades”.

Para saber mais sobre o biodiesel produzido no Brasil – https://is.gd/DADOS_SETOR_BIODIESEL_2023

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