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19 de maio de 2025

Mitomania: entenda o transtorno por trás da mentira patológica

Mentira compulsiva vai além do medo ou vergonha: afeta a vida social, emocional e pode ser sinal de um transtorno psicológico

Mentir é um comportamento humano comum e, em muitos casos, inofensivo. No entanto, quando a mentira se torna frequente, compulsiva e fora de contexto, pode indicar a presença de um transtorno psicológico. Embora a mentira, isoladamente, não seja classificada como uma doença, ela pode ser sintoma de condições mentais que merecem atenção clínica.

Um dos casos mais conhecidos é o da mitomania, ou pseudologia fantástica. Pessoas com esse quadro mentem de maneira repetitiva, frequentemente sem motivo lógico ou benefício claro. Muitas vezes, os relatos são tão elaborados que se confundem com delírios, dificultando o diagnóstico e o convívio social.

Além da mitomania, o hábito de mentir pode estar associado a transtornos de personalidade, como:

  • Transtorno de personalidade antissocial – caracterizado por comportamento manipulador, mentira crônica e ausência de empatia.
  • Transtorno de personalidade narcisista – onde o indivíduo distorce a verdade para preservar a autoimagem ou manter uma posição de superioridade.
  • Transtorno borderline e histriônico – nos quais a mentira pode surgir para evitar abandono, atrair atenção ou lidar com conflitos emocionais intensos.

Nem toda mentira indica uma doença

Mentiras ocasionais, por medo, vergonha ou autoproteção, são parte da experiência humana. O problema aparece quando a mentira passa a afetar a vida social, profissional e emocional do indivíduo — e ele perde o controle sobre esse comportamento.

Nesses casos, o acompanhamento psicológico é essencial. Profissionais de saúde mental avaliam os fatores por trás do comportamento e podem indicar tratamentos como a terapia cognitivo-comportamental, que ajuda o paciente a reconhecer padrões de pensamento e desenvolver estratégias para lidar com a compulsão.

O apoio familiar e a empatia também são fundamentais. Tratar o hábito de mentir como um problema de saúde — e não apenas como falha de caráter — abre caminho para o cuidado e recuperação.

Procurar ajuda especializada é o primeiro passo para retomar o equilíbrio emocional e melhorar a qualidade de vida.

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