Uma empresa de Flores da Cunha, na Serra, adquiriu dois dos principais prédios do complexo industrial de uma tradicional empresa calçadista do Rio Grande do Sul: a Paquetá. A Alider Brasil Incorporações, nova proprietária, pagará R$ 46,2 milhões pela estrutura.
Os dois prédios somam, juntos, 43 mil metros quadrados de área construída e quase 60 mil metros quadrados de terreno.
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A Alider pediu que a Paquetá libere o imóvel em até 90 dias. Além disso, como a nova proprietária não trabalha no ramo calçadista, o maquinário da atual empresa está a venda. Penhorados pela Justiça, o leilão dos itens está marcado para o dia 14. Lances, inclusive, já podem ser feitos pelo site.
Dinheiro deverá para pagar dvídias trabalhistas
Os R$ 46,2 milhões da venda do prédio e o dinheiro que será arrecadado com o leilão do maquinário será utilizado, em sua grande maioria, para pagar dívidas trabalhistas. Conforme estimativa do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, o montante do passivo com ex-funcionários chega a R$ 80 milhões.
Crise e venda de lojas de tradicional empresa gaúcha
Considerada uma gigante calçadista, a Paquetá pediu recuperação judicial em 2019. Na época, a dívida do grupo gaúcho acumulava R$ 638,5 milhões.

De lá para cá, a empresa que tinha 12 mil funcionários, 11 fábricas no território nacional e 148 lojas (Paquetá, Paquetá Esportes e Gaston), precisou diminuir a operação. Em 2023, o grupo vendeu todas as filiais do varejo para a Oscar Calçados de São Paulo que manteve a marca e está abrindo novas lojas.
No mesmo ano em que vendeu as operações do varejo, devido a um aporte financeiro, o grupo evitou a falência e encerrou o processo de recuperação judicial. Mesmo assim, de acordo com a entidade que representa os funcionários que trabalharam no grupo, as dívidas trabalhistas continuaram aumentando.