CANOAS: polícia diz que padrasto de criança de 6 anos torturado pela mãe vai responder pelo crime

De acordo com a polícia, ele pode ser enquadrado por omissão já que não denunciou o caso

A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) deve concluir nos próximos dias o inquérito do caso da mãe que torturava o filho de 6 anos em Canoas. Ela e o namorado foram presos na última quarta-feira (18).

Receba as notícias de Agência GBC no WhatsApp

O caso chegou até a polícia após uma denúncia ao Conselho Tutelar. Escutada inicialmente pelos policiais, a mulher de 28 anos, alegou que o crime era motivado pelo mau comportamento da criança que atrapalhava o relacionamento entre eles. O namorado porém deu uma versão completamente diferente o que chamou a atenção dos policiais. Segundo o delegado Pablo Queiroz Rocha, que coordenou a ação, eles serão escutados novamente após terem sido presos.

O menino de seis anos contou ao policial que teve as mãos queimadas no fogão e que ficava por horas amarrado na cama sem poder ir ao banheiro. “Questionei se ele tinha dor. A criança falou que não sentia mais, porque a mãe passava uma pomada na queimadura. Ele ainda disse que só acontecia isso quando ele não se comportava”, conta.

A suspeita é que há pelo menos três meses a criança vinha sendo submetida a torturas. Os agentes obtiveram o que consideram provas da tortura, como fotografias da criança amarrada à cama. Em outra troca de mensagens com o namorado, a mulher chegou a planejar uma forma de abandonar a criança. “Vou levar ele no hospital e dizer que está mal, com diarreia e vômito. Aí ele vai ficar para fazer soro, vou dizer que vou na rua comprar algo para comer e vou abandonar ele lá”, escreveu. Ela ainda disse que dopava ele para que ambos pudessem ter relações.

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas (2ª DPRM), delegado Mario Souza, afirma que a ação policial evitou uma tragédia. “A criança corria risco de morte. Se a gente demorasse um pouco mais, mais uma vez teríamos a notícia da morte de uma criança.

A mãe deverá responder por tortura. O padrasto poderá responder por omissão, mas os policiais apuraram para saber se ele também não participava das agressões.

Após a investigação, o menino foi retirado da convivência dos presos e enviado para a casa do avô. Os nomes dos presos não estão sendo divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para preservar a identidade da vítima.

MATÉRIAS RELACIONADAS

MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido!