Essa é para quem tinha dúvidas de que haveria o mínimo de unidade no coletivo jairista para encarrar a eleição de 2022. Em ato no início da semana, o grupo apresentou seus candidatos à militância do partido – Luciano Azevedo a federal e Gaúcho da Geral a estadual – e receberam a candidata ao Senado, Ana Amélia Lemos. Todos do PSD. Todos unidos. E com sede cheia, como no recente ‘bons tempos’ do partido na aldeia.
O encontro acontece com a clara ideia de por fim a um agosto de cachorro-louco para a sigla em Canoas. Felipe Martini, o ungido para disputar uma cadeira na Assembleia, desistiu do pleito nos primeiros dias de campanha. Jefferson Otto, o vereador do grupo, já havia dito publicamente que não o apoiaria; e o prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, a mil com Márcio Freitas e Anderson Dorneles, do Avante, seu partido, à tira-colo. Isso e o afastamento de Jairo Jorge parecia a crônica da desagregação anunciada: quem apostaria que o coletivo da principal liderança do PSD na cidade entraria setembro alinhado?

Pois foi o que aconteceu, não sem uma boa dose de paciência e muta conversa ao pé do ouvido. A decisão de apoiar Luciano Azevedo e Gaúcho da Geral, tomada a uma semana, centralizou o coletivo. Martini e Otto, se não são os melhores amigos, ao menos convivem – e farão campanha, juntos. É o recado inequívoco, avisam, de que a turbulência de agosto são águas passadas e que, daqui para frente, politicamente, é a eleição que importa.
A eleição e o dia 27 de setembro – aquele que pode devolver Jairo Jorge ao governo, seis meses após o afastamento imposto pela Copa Livre.