Uma carta assinada por 20 governadores, entre eles o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pede que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se retrate sobre as afirmações sobre o preço da gasolina ser culpa da “ganância” dos chefes dos estados. Segundo o documento, não houve aumento do ICMS em nenhum dos estados, como citado pelo presidente.
Mas, mesmo sem aumento do imposto estadual, houve sim aumento de 40% no preço da gasolina. “Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, recomenda a carta enviada ao presidente. Assinaram a carta Rui Costa (PT-BA), Claudio Castro (PL-RJ), Flávio Dino (PSB-MA), Helder Barbalho (MDB-PA), Paulo Câmara (PSB-PE), João Doria (PSDB-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT), Eduardo Leite (PSDB-RS), Camilo Santana (PT-CE), João Azevedo (Cidadania-PB), Renato Casagrande (PSB-ES), Wellington Dias (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Renan Filho (MDB-AL), Belivaldo Chagas (PSD-SE), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Waldez Goés (PDT-AP).
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Em julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o preço da gasolina era culpa da “ganância” dos governadores. “Cresceu a arrecadação de ICMS em cima de uma ganância”, disse na saída do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.
Pré-candidato à Presidência, o governador Eduardo Leite (PSDB) tem rebatido as críticas de que os governadores são os culpados pela escalada dos preços. “O ICMS no início do ano era o mesmo e a gasolina era R$ 4,00, agora está R$ 7,00. O ICMS era o mesmo. Por que era R$ 4 e agora é R$ 4? Me explica isso?”, questionou o governador enquanto era questionado por populares durante a Expointer.https://www.youtube.com/embed/ibGDbwhjtpc?feature=oembed
O Governo do Rio Grande do Sul e de outros 12 estados entraram com uma ação civil pública no Distrito Federal contra a Petrobras. Eles acreditam que uma publicidade veiculada pela estatal induz a população ao erro, colocando a culpa nos governadores.
Na mídia, a empresa informa que recebe apenas R$ 2,00 de cada litro de gasolina vendido no Brasil. O gráfico divulgado no portal da Petrobras na internet, revela que a média de ICMS cobrado dos estados é de 27,8%. No Rio Grande do Sul o imposto é mais pesado: é 30%.
Redução no ICMS
O governador Eduardo Leite já anunciou uma redução no ICMS em diversos setores para janeiro de 2022. Setores como a energia, combustíveis e telecomunicações deverão cair de 30% para 25%. Na prática, os gaúchos deverão pagar o mesmo valor que é pago atualmente em Santa Catarina pelo litro da gasolina.
As novidades foram apresentadas no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2022, no Palácio Piratini. “Vale a pena fazer um caminho de reformas. Valeu a pena todo esforço, as críticas, os enfrentamentos que a gente teve que fazer, sempre dos argumentos. Enfrentamento dos problemas e não o enfrentamento das pessoas. A gente não colocou uns contra os outros aqui. A gente focou em atacar os problemas. O Rio Grande do Sul vai colhendo as soluções”, afirmou o governador.