O médico acusado de matar a esposa em Canoas foi indiciado pela Polícia Civil por maus-tratos contra o filho do casal, um menino de dois anos. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) concluiu o inquérito na última quinta-feira (3).
De acordo com o delegado Maurício Barison, titular da DPCA de Canoas, o caso começou a ser investigado em 2024 após denúncias relataram a prática de crimes sexuais contra a vítima. A criança foi encaminhada para o Centro de Referência em Atendimento Infanto Juvenil (CRAI) para realizar exame físico de verificação de violência sexual e também de atendimento multidisciplinar. Os exames e atendimentos apontaram resultado negativo para a prática de violência sexual contra o menino.
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Porém, os investigadores da DPCA obtiveram um vídeo gravado na escola onde a criança estudava. Nas imagens, ele aparece cambaleando, com a fala arrastada e vistas caídas, apresentando estar sob efeito de fortes sedativos.
Após a obtenção do vídeo, os policiais pediram novos exames periciais, já que haviam sido localizados vidros vazios de medicamentos sedativos na casa dos pais do menino após a prisão do pai e morte da mãe. Encaminhada para atendimento médico, a vítima foi submetida a exames toxicológicos que deram inconclusivo, devido ao tempo de metabolização e eliminação de benzodiapzpínicos.
Sem resultado de exames, os policiais começaram a escutar testemunhas. Além disso, a investigação pediu análise pericial do celular da mãe falecida e imagens de câmeras de monitoramento para apurar como era a relação entre pai e filho.
Pai dava clonazepam para o filho
Com os depoimentos e elementos informativos periciais, os policiais apuraram que o pai ministrativa clonazepam (medicação sedativa) na criança desde os sete meses de idade.
Conforme o delegado Barison, tal comportamento do genitor expôes a saúde da criança risco, mesmo que o objetivo não fosse causar mal, mas sim modificar o comportamento da criança.
O preso já está no sistema prisional respondendo pelo morte da esposa por envenenamento e intoxicação medicamentosa.
Médico acusado de matar a esposa em Canoas: entenda o caso
O crime aconteceu no dia 22 de outubro. De acordo com a Polícia Civil, o homem teria ligado para a família da vítima, que era enfermeira, e comunicou que ela estava morta. Imediatamente, os familiares foram até o apartamento em que o casal vivia. Ao chegarem no local, o suspeito já tinha um atestado de óbito, assinado por um outro médico, informando que a causa da morte teria sido um infarto agudo do miocárdio.
Ainda, conforme a polícia, a família não teria acreditado e acionou a polícia exigindo uma autópsia.
Sorvete com medicação para dormir
Próximo ao corpo, ainda de acordo com a polícia, os agentes encontraram um pote de sorvete. O material foi submetido a perícia. Peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) encontraram zolpidem misturado no alimento. O preso teria utilizado o medicamento para dopar a vítima.