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Canoas
23 de abril de 2025

RODRIGO BECKER

Rodrigo Becker é jornalista e escreve sobre política, negócios e cidade diariamente neste espaço.

CANOAS | A lista do Nedy repercute mais que a do Tite

Expectativa de que haja 'demissões em massa' no governo movimenta último dia da semana na política canoense

Sextou com ‘S’ de segredo: centro do governo está ‘fechado em Copas’, como dia um doutor do carteado, mas o vazamento da informações de que o prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques prepara uma longa lista de demissões de assessores assombrou a política nesta sexta-feira, 18. Há uma clara percepção de que os alvos da lista são pessoas ligadas ao prefeito afastado Jairo Jorge, mas não há confirmação disso – como disse na abertura deste post, o governo segue calado.

Na Câmara, a ‘lista do Nedy’ repercute mais do que a do Tite, que estreia semana que vem na Copa do Qatar com quase nenhuma polêmica entre os convocados. Não dá para dizer o mesmo do prefeito em exercício já que, a se confirmar o boato, terá decretado publicamente o rompimento com JJ – o que já é dado como certo nos bastidores, mas ainda não cumpriu o rito protocolar das rupturas políticas, aquela cena em que um e outro caem atirando para todos os lados.

O boato, reforço, porque informação ainda não há, é o de que de haverão mais de 100 demissões. Vendo o peixe como me entregaram mas, devo dizer, não acredito que chegue a tanto. O número ‘100’ se presta mais ao terrorismo do que à realidade, mas deixa explícito que, se houver um movimento de demissões, será uma ‘limpa’: a turma de alguém acordará no sábado sem emprego, sem soldo e sem função.

Mas se é boato, por que o blog se presta a tratar como notícia? Porque na política, o dito, o implícito e o não-contado dizem muito mais do que a palavra e o tapinha nas costas. E é puxando a ponta do fio que a gente vê se é novelo ou o rabo do rato.

Caso o alvo das demissões seja mesmo o grupo jairista, o gesto de Nedy necessariamente será visto como alta traição por todos que compõe a cúpula de JJ. Algo equivalente a ‘implodir as pontes’ como diriam as cartilhas políticas de antigamente; depois disso, não há retorno. O ‘gambito da rainha’, jogada do xadrez em que se sacrifica os peões para preservar o domínio do território e a sobrevivência da rainha – ou do rei, no caso – é coisa que só se aplica uma vez.

Veremos.

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